Entre desafios, medos e alegrias, Dani tirou boas lições da experiência de conciliar carreira como gerente e maternidade: “Da parte técnica, corri atrás, da parte emocional, voltei infinitas vezes melhor.”
Neste texto, trazemos o relato de uma de nossas colaboradoras em relação às dúvidas sobre conciliar a vida profissional com a chegada do primeiro filho. Acompanhe a história da Daniela Martinelli, Gerente UX e Processos Internos na IXC Soft, desde a descoberta da gravidez até o retorno ao trabalho.
Um pouco sobre mim e minha família…
Depois de muitos anos pensando em ter um filho, assim como praticamente tudo que fiz na vida, isso também foi planejado. Esse planejamento pode ter sido por horas egoísta, com pensamentos soltos como: ainda quero viajar, ainda quero conhecer lugares diferentes, quero ter uma casa, quero estar pronta, quero sentir a vontade de ser mãe, quero isso, quero aquilo, e, claro, estabilidade financeira para que nosso filho ou filha pudesse ter tudo do melhor, tudo aquilo a que não tivemos acesso quando crianças.
Cargo de gerente na empresa…
Então, na IXC Soft tive a oportunidade de me estabilizar, trabalhei muito, foi suado, mas diferentemente de muitos lugares, aqui houve reconhecimento e recompensas.
Como em outros setores da empresa e no mundo lá fora, não podia faltar stress no dia a dia, a adrenalina diária, tratar os problemas como se fossem meus, abraçá-los, niná-los e depois entregá-los serenos, calmos, resolvidos, para seus ‘pais’. É isso que me movimenta no ambiente de trabalho, poder sentir que estou fazendo parte da solução e de boas noites de sono para alguém, que faço parte da resolução de problemas, de ‘remédios’ para dores de cabeça. E isso pode ser bem desgastante quando não é algo palpável, não é algo que se pode tocar, que se pode consumir, apreciar como se fosse um belo churrasco. Mas fui aprendendo com o passar do tempo que esse era meu trabalho, e nem sempre ele ia ser visto lá em cima, no topo, brilhando. Sempre gostei de fazer parte da engrenagem, de mover pessoas, fazer as coisas acontecerem, e assim fui conquistando meu espaço e hoje sou gerente
Num belo dia…
Então, numa tarde de outubro, estava lá no nosso setor, entre uma conversa e outra, tentando disfarçar meu nervosismo, aguardando o décimo quinto ou sei lá qual exame de sangue. Quando vi, pimba! Estava grávida. Não pude nem tomar um golinho na despedida de solteira que estava ajudando a organizar nesse dia.
A partir daí, minha cabeça mudou completamente, eu passei da pessoa que só focava em suas necessidades e anseios, coisas aleatórias, a pessoa que só quer viver por essa bebê que estava por vir. Tudo o que eu ia fazer, mesmo que sem falar em voz alta, eu lembrava que tinha que cuidar dela, que tinha que me alimentar bem, que não podia me irritar tanto (isso não funcionou muito bem rsrs). Então, no início, meio que involuntariamente, comecei a delegar mais tarefas, já prevendo que depois de esperar tanto por esse momento, eu queria aproveitá-lo ao máximo, a qualquer custo.
Como nem tudo são flores, caraminholas na cabeça sempre aparecem…
E agora, como vai ficar minha carreira como gerente? Como vai ser essa pausa da licença maternidade, será que vou conseguir, montada em meu cavalo, pular no trem desenfreado novamente, ficar em pé e conseguir sentar junto com os demais para acompanhá-los?
Coisas que passavam pela cabeça… A ânsia de ser mãe e a ânsia de crescer cada vez mais e continuar sendo referência no meu trabalho.
Ajuda sempre é bem-vinda…
Eu sempre quis que as pessoas que trabalhavam comigo evoluíssem, mostrassem seu potencial, afinal, quanto mais gente boa, mais fácil fica o meu trabalho e o de todo mundo!
Foi assim que deixei nosso setor, por volta de 20 dias antes de dar à luz a esse serzinho maravilindo!
E o sentimento de: ‘Dani volta que tá tudo um caos!’ não podia existir! Pois penso que temos que deixar esse ego de lado, de pensar negativamente para nos promover. O jeito é pensar positivo, mostrar que o que você tentou levar de conhecimento e experiências ajudou as pessoas a se destacarem, ajudou de alguma forma no crescimento delas. E é isso, os filhos são para o mundo, os ‘filhos’ adotivos da empresa cresceram e estão voando! Estão voando, gente!
7 meses de muito cheiro e mordidas…
Foram os meses mais emocionantes da minha vida. Eu desliguei completamente do trabalho como gerente, e de outras coisas também por conta da pandemia. Sim, teve essa também, que apesar de ter atrapalhado alguns planos, festas, viagens, acabou ajudando com a questão de ficar mais próxima ainda da família e dela, a Laura.
Não preciso dizer pra vocês o quanto sorri, o quanto chorei, o quanto apertei, digo que foi um período realmente mágico.
O retorno como gerente!
Então, preciso voltar, preciso dar continuidade, preciso dar exemplo. Não foi fácil voltar, mas foi diferente, me senti mais forte para qualquer tomada de decisão. O que passamos, meu esposo e eu, no parto da Laura, que não foi nada fácil, nos trouxe uma força diferente, um olhar diferente para os ‘problemas’ corriqueiros.
Propus novas funções, com base no que sempre busquei de melhorias para empresa, e hoje estou me sentindo muito confiante no cargo de gerente que ocupo. Da parte técnica, corri atrás, da parte emocional, voltei infinitas vezes melhor.
Daniela Martinelli │Gerente UX e Processos Internos